Amazônia 2002 Rio Trombetas

Texto e Fotos:
Claudio Kerr do Amaral


 

       No início de dezembro fomos para o Pará no rio Trombetas, a bordo do barco regional Aventureira. Éramos um pequeno grupo de três pessoas. O Evaldo, Ossami e eu com a organização do Pescaventura. A embarcação “Aventureira” tem alojamento para seis pescadores mais um camarote com mais três lugares.

 
 
 
 
 
 

       O rio Trombetas é afluente da margem esquerda do rio Amazonas e a nossa expedição se iniciou no Porto Trombetas.

 
 

       O porto de Trombetas recebe navios de grande porte, pois é um porto de escoamento de minérios de uma grande empresa brasileira.

 
 
 
 

       Há serviço de linha aérea comercial que facilita muito o acesso a esta parte do Planeta. Para chegar em porto Trombetas a Varig tem uma linha que faz Manaus – Belém com escalas em Trombetas e Santarém. O vôo chega no final da tarde em Porto Trombetas. A visão do campo de pouso já é um espetáculo. É como um pequeno retângulo sem mata no meio da densa floresta Amazônica.
 
       Saímos de Porto Trombetas à noite e navegamos até o local de pesca que fica uns 60 km rio acima.

 
 
 
 

       Lugar muito preservado, muito bonito com floresta amazônica exuberante.
 
       Pesca-se numa reserva controlada pelo Ibama e só é permitido pesque e solte. Era um grupo pequeno, com três no início e cinco no final já que o Erik e o Marcão chegaram nos últimos dias.

 
 
 
 

       Para encontrarmos os tucunarés, aruanãs, jacundás, bicudas e traíras, fomos pescar nos lagos próximos ao pondo onde o Aventureira ancorou.
 
       Pescamos em três lagos, lago do jacaré, lago do macaco e lago do Faria.
 
       O lago do jacaré tinha um acesso fácil mas estava com muita vegetação aquática que dificultava bastante a pesca. Com fly peguei diversos tucunarés pequenos e meus companheiros pegaram alguns bons exemplares no bait.

 
 
 

       Nos dois outros lagos a entrada era bem difícil e, muitos obstáculos tinham que ser superados. Como éramos três, saíamos em dois barcos com os mesmos destinos. Assim era mais fácil superar os obstáculos naturais nas entradas dos lagos num trabalho de equipe.

 
 

       Carregar o barco por cima de troncos, passar por baixo de outros retirar o motor, eram operações que feitas por mais pessoas e em um espírito de equipe ficam mais fáceis e agradáveis.

 
 
 
 
 

       Entrando nos lagos, a deslumbrante visão da floresta e a abundância de peixes compensavam qualquer esforço.

 
 
 
 

       Nestes dois lagos, como para entrar e para sair gastava-se muito tempo, adotamos a prática de passar o dia todo em cada um. Pescávamos até umas 11:30 e aí parávamos em algum local para almoçar um tucunaré assado e um bom sashimi preparado pelos especialistas Ossami e Evaldo. Até o hashi, que esquecemos de levar, era feito na hora com algum pedaço de madeira do local.

 
 
 
 
 

       Pegamos, entre os três pescadores, 31 tucunarés com mais de 5 kg. O maior foi um de oito quilos pego pelo Evaldo. Além dos tucunarés, muita aruanã, traíras grandes e bicudas pequenas.

 
 

       Pesquei quase o tempo todo com fly. Usei duas varas de fly, uma #8 da G Loomis GL2 e a outra Orvis Trident # 10. O Evaldo usou uma Scott #8 e também a minha Orvis #10 com a qual pegou um lindo tucunaré açu. Iscas mais usadas foram streamers (seaducers, deceivers, Greg’s Original, cinco partes, cabecinha de lã, Shiny Shad, etc) grandes. Os tucunarés não estavam pegando bem nas iscas de superfície, pelo menos no fly. Algumas ações com divers, principalmente eficazes para as aruanãs. Na #8 usei WF8F 444 Cortland e principalmente uma WF8ST da Rio. Na #10 usei WF10F wonderline da Orvis e WF10I Saltwater da Rio. Usei leader torcido de 25 lbs que foi muito bom.

 
 
 
 

       Na maior parte do tempo usei leader cônico com nós, 60cm de 0,60mm; 50cm de 0,55mm; 45cm de 0,50mm e 40 cm de 0,45 com “tippet” de mais ou menos 40 cm de 25 lbs. O tippet era trocado com freqüência por causa da abrasão dos dentículos do tucunaré. O tipper era atado com nó de cirurgião as moscas atadas diretamente no tippet, sem snap com nó que permite a movimentação da mosca. Não usei “shock leader” de fluorcarbono e não perdi nenhum peixe por desgaste do “tippet”. Os peixes estavam brigando “limpo” porque não havia muita estrutura na margem o que fazia com que eles fossem brigar no meio do lago.

 
 
 
 
 
 
 

       Também pesquei com bait e tanto as iscas de meia água com as de superfície que funcionaram muito bem. Em particular as “Jumping Minnow” e Zara. Meus companheiros, que pescaram mais de bait usaram muito as sticks. No bait usei multifilamento sem “shock leader” e aí sim perdi alguns peixes que entraram na galhada e acabaram arrebentando a linha.