Pilões e Cubatão - Fly no Estilo

Texto e Fotos: 100
E-mail do autor: semarchi@sanet.com.br


Sexta-feira à tarde:
 
   Alô, tudo bem Jadir, que tal fazermos uma pescaria amanhã?
   Legal, Sergio, à noite eu lhe telefono, pois estarei na casa do Cravo, é aniversário dele. E aí, a gente combina tudo certinho.......
 
 
Sexta-feira, 23:00:
 
   Vamos pescar Lambari????....
 

   Tudo acertado para nos encontrarmos às 06:00 hs. Já era prá lá de meia noite quando comecei a arrumar a tralha para o dia seguinte, ou melhor, madrugada seguinte. Tinha que arrumar tudo bem rápido para dormir rápido e acordar rápido, que adrenalina; wader e acessórios, bota com solado de feltro, varas 2 e 4 (a 4 como reserva), muitas moscas secas, molhadas e ninfas, e mais líder, tippet e etc.
   Nem precisei do despertador para acordar, tal a ansiedade para pescar.

 

Todo mundo no carro (eu, Cravo e Jadir), nos dirigimos rumo ao Pilões, sabendo que mais tarde ainda teríamos a companhia do Jorge e mais uns amigos. Não paramos nem para tomar café, fomos direto ao rio. Chegando lá, descemos do carro, tiramos nossas coisas e começamos a nos preparar para pescar, tendo a oportunidade de contemplar a beleza da mata atlântica na serra do mar. Que lugar esplêndido. Em meio a esta fauna e flora exuberante, iniciamos nossa pescaria.

 


O show à parte das borboletas

 
Esta cobra amarela, também deu o ar da graça
 

   O rio não tem lugares muito profundos, a não ser os poços, que existem em abundância, praticamente em toda esta pescaria, estavamos com a água pelo joelho, ou no máximo pela cintura. Como seu fundo é de pedras, torna-se necessária a utilização de botas com solado próprio (feltro), para evitar escorregões e acidentes mais graves, utilizar uma staff ou bengala também é outro fator de importante relevância para a segurança. Com certeza, óculos polarizado, também é um item de grande importância.

 


Sergio e Jadir, prontos para a pescaria

 


A paisagem que nos esperava

 

Detalhe da transparência da água

 
 
Equipamento & Pescaria
 

    O equipamento utilizado foi uma vara Greg's, número 2, tamanho 7'6", com linha DT2F. As moscas mais utilizadas nesta pescaria foram as moscas secas, dentre elas, destacaram-se: CDC Caddis, Trico Parachute, Light Cahill Parachute e Elk Hair Caddis; entre as midges, wets e ninfas: Mosquito Larva, Griffith's Gnat, TDC, Starling and Herl e Zug Bug.

 

 

 

   A primeira mosca que utilizei, foi a Light Cahill Parachute, que foi escolhida por sua excelente visibilidade na água, principalmente em situações em que a mosca saia do remanso e entrava com velocidade na corredeira. Foram alguns pinchos e algumas ações, até a entrada do primeiro minúsculo lambari. Vale a pena salientar, que todo cuidado é pouco para fisgar  este  peixinho,  pois se  for  imposta

um pouco mais de força na hora da fisgada, com certeza você terá um "Lambari Voador".
   O Cravo e o Jadir estavam um pouco mais abaixo, mas também com o mesmo sucesso na pescaria, muitas ações de pequenos lambaris, e alguns grandes, como é o caso desta foto.

 

Subindo um pouco mais o rio, pude encontrar um outro remanso, próximo à beira, onde tive várias ações de lambaris maiores, todos capturados e gentilmente devolvidos à liberdade. O esquema estava sendo o seguinte: o "fly" era arremessado diagonalmente corrente acima, nos remansos; a isca ia em "dead drift" percorrendo lentamente, até entrar na corredeira, momento em que ganhava grande velocidade. Era justamente nesta hora, que a probabilidade de entrar uma saicanga era maior. Arremessei a Light Cahill Parachute, que percorreu o remanso com toda a sua delicadeza, sem que nenhum lambari a abocanhasse, ganhando velocidade na entrada da corredeira; neste momento, uma saicanga simplesmente saltou em cima da minha mosca para abocanhá-la com toda a sua voracidade que lhe é peculiar. Fotografada, foi logo devolvida para seu habitat.


A hora do ataque
 
Saicanga fisgada e dominada
 
 
No detalhe, saicanga fisgada com uma Light Cahill Parachute
 

      O rio tem muitos lugares para se pescar: remansos, poços, corredeiras, praias, há lugares em que o rio se divide, modificando bastante o aspecto visual. Todo este conjunto, proporciona condições bem diferentes, podendo ser aplicado um grande número de técnicas na pesca com fly, precisão de arremessos, apresentação da mosca, etc. O mais incrível de tudo, é que esta exuberância está muito próximo da Capital de São Paulo, na Serra do Mar.
      Esta reportagem foi feita apenas na parte de baixo do Rio Cubatão, ao pé da Serra do Mar, aguardem a próxima Cubatão & Pilões II, onde traremos outros pontos de pesca rio acima.