Patagônia
 
 

Texto:
A.C.Cravo
Fotos:
Andriolli, Beto, Cravo e 100


 

Nota de serviço 01/2003
 
Missão Patagônia 1
Data de realização:05 a 12 abril 2003
Local: Patagônia Argentina, Junin de los Andes e Aluminé

 

Participantes: A C Cravo
                         Carlos Andriolli
                         Irineu da Rocha
                         Nelson Bertuol
Contato no local: Beto Saldanha
Apoio: Alejandro Klap e seus guias Eduardo, André e Jorge

  Nelson, Beto Saldanha, Irineu, Andriolli e eu
 

Objetivo: Confirmar a propalada beleza da região, pescar o maior número de Trutas possível e desfrutar do convívio sadio entre camaradas, não necessariamente nesta ordem.
 
Equipamento: Máquinas Fotográficas e/ou Câmeras de vídeo
 
Armamento: Varas de fly de calibres variados, dotadas de carretilhas compatíveis carregadas com munição flutuante ou intermediária.
 
Ao final da missão deverá ser efetuado o competente relatório sobre a mesma.

 

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       Desculpem, tava divagando e lucubrando em como teria sido essa viagem no tempo do quartel, bons tempos! Hoje lugares e amigos são outros, diferentes mas nem menores nem maiores, todos partes da minha vida. E já que comecei pensando em como seria, vou continuar nesta linha de raciocínio, vou terminar da mesma maneira.
 
Missão Patagônia 1
Relatório final.
Anexos: Descrição da região.
Relação dos piores momentos.
Álbuns de fotos.

 

       Antes de falar da pescaria e até mesmo por acreditar que a espera faz parte da mesma, quero falar da ansiedade, quase tortura, que foi esperar a data, combinada com dois meses de antecedência. Os dias custavam a passar, quase se arrastando. Quarentaaaaaaa, Trintaaaaaaaa, Vinteeeeeeeee, Dezzzzz! Até a semana da viagem, onde tudo que já havia sido preparado e arrumado, foi desarrumado e preparado de novo numa conferência infinita entremeada de telefonemas ao Andriolli.

 
Quase na hora   Buenos Aires via Assunção
 

A Pescaria

 

       Esta temporada começou em 1º de novembro de 2002 e vai até 1º de maio de 2003 e é cobrada dos pescadores não residentes na Argentina, uma taxa de US$ 10, por dia ou 50 por semana, salve o IBAMA!!!.

  Licença de Pesca
 
Na El Paraná  

        A nossa pescaria foi marcada para 5 de abril e na tarde do dia 4 chegamos em Buenos Aires aproveitando o resto dela para conhecer alguns Fly Shoops, começando pelo do Morales, Buenos Aires Angler’s, (Rua Marcelo T. Alvear 624, piso 8, oficina 76), depois fomos a El paraná (Rua Paraná 132, tel 4382.8746), onde um atendimento todo especial retirou-nos mais alguns dólares, enquanto o Norberto, motorista de taxi que seqüestramos no aeroporto nos aguardava ora dormindo ora acordado.

 
Na Irresistible Fly Shop   Quero muito de tudo
 

       Sem ter grandes desejos com relação ao material de atado, eu só queria saber onde poderia comprar o meu Lagomarsino (chapéu). Depois de comprá-lo a odisséia consumista continuou na Irresistible Fly Shop (Rua Miller 2478, tel 4544.5690), onde conhecemos Carlos Villaggi, presidente da Associação Argentina de Pesca com mosca e pareceu-nos estar em casa, tamanha a cordialidade. Terminamos a noite no ou seria na "Siga la vaca", Parrillada a margem do rio, onde acrescentei algumas unidades ao meu já alto nível de colesterol. Entre chouriços, lingüiças, mursillas e costelinhas disto e daquilo, pedi uma Seven Up. Trouxeram uma jarra cheia. Deveria ter pedido uma One Up.

 

       Bolsos um pouco mais leves, estômago um pouco mais pesado e coração cheio de esperanças fomos para o hotel, onde tentávamos dormir enquanto aguardávamos o Irineu e o Nelson, companheiros do Rio Grande do Sul, que completariam o nosso grupo. Chegaram lá pelas 3 da manhã e como somente quem já passou por isso sabe, aproveitaram para aquela sacaneada costumeira, acordando-nos para saber das novidades.

  Aguardando o táxi
 
Voando para Bariloche  

       Indagações sobre o estado de saúde da genitora de um e de outro, foram seguidas por outros impropérios entre risadas de ambos os lados. Logo estávamos juntos na portaria do hotel esperando os taxis que nos levariam ao aeroporto para o término da viagem a Bariloche, onde nos aguardariam o companheiro Beto Saldanha, do Rio de Janeiro e o guia Alejandro Klap e seu segundo em comando, Eduardo.

 

       O vôo ocorreu sem problemas a não ser pela pontinha de saudade de outros tantos quando na Brigada Pára-quedista e pela informação da temperatura no destino: Zero Grau. Alegre-me, poderia enfim estrear a jaqueta ganha de presente no natal. Depois de alguma espera e de algumas fotografias, chegaram os guias.
 
       Tudo pronto, todos a bordo, agora vamos pescar!
 
       Ledo engano. Conforme poderão ver na relação de piores momentos, perdemos 3 horas de uma pescaria no rio Limay, que seria o nosso debute em rios argentinos, antes de seguirmos para Junin de los Andes. Cidade fundada em 1883 às margens do Rio Chimehuín e hoje um dos polos mais procurados para a pesca com fly, escolhida como nossa base de operações e de onde sairíamos para pescar nos rios Malleo (Mageo), Quillen (Quigem) e Aluminé, onde flotaríamos.

 

       No Limay, esplendoroso já na sua boca no lago Nahuel Huapi, a apenas 15 quilômetros do centro de Bariloche poços com profundidades de 5 metros não são incomuns, assim como grandes Trutas marrons, acima de 8 quilos ou Arco íris acima de 5 quilos. Pena que do seu curso original de 450 quilômetros apenas 50 não estão represados. Extasiou-nos a todos pela transparência de suas águas permitindo que fossem avistadas as primeiras Trutas.

  Boca do Limay, um deles pescou uma de 4 quilos
 
Pague 10 pesos e pesque  

       A ansiedade era tanta que em meio ao vamos, não vamos, vamos logo, espalhamo-nos pela sua margem, não sem antes pagar a competente taxa de acesso (10 pesos), ao proprietário do local. Algumas Trutas foram pescadas, entre elas a primeira do Andriolli, que segundo o guia, pesou um quilo e que como todas as outras não foi fotografada. Ninguém quis saber de levar máquina fotográfica para o meio do rio.

 
Mapa Junin - Aluminé   Mapa Junin - Aluminé
 

       Terminada a pescaria seguimos para Junin de los Andes, distante 241Km de Bariloche. Ficamos na Hosteria Chimehuín, fundada em 1947 e pioneira no negócio de hospedar pescadores esportivos, suas paredes são decoradas com antigas fotografias de pescadores e de suas maravilhosas Trutas.

  Parede da Hosteria Chimehuín
 
Jantar em Junín  

       Dela saímos para pescar no Rio Malleo (Mageo), distante apenas 25 quilômetros, mais lento nesta parte do seu curso inferior e boa escola para o vadeio e casteio. Embora não tenham sido muitas as capturas nem aparecido grandes exemplares um dia lindo coroou-nos a todos.

 

       Seguimos direto para Aluminé, cidade com pouco mais de 4000 habitantes e onde na Hosteria Rahue Quillen, o casal Pancho e Alícia dá um belo exemplo da hospitalidade argentina, recebendo muito bem tanto pescadores quanto caçadores, desde que não entrem com as roupas da pescaria ou das caçadas, que certamente comprometeriam a limpeza e organização da casa. Elas são retiradas à porta e postas a secar por um empregado que as retorna no dia seguinte.

  Hosteria Rahue Quillen
 
Tá boa  

       Após o lauto jantar e à noite mal dormida ocasionada pela ansiedade, seguiu-se um dia frio e nublado que não obstante permitiu que todos "tirassem a barriga da miséria", se posso aproveitar este dito popular para designar a quantidade de Trutas pescadas no Rio Quillen.

 

       Aqui abro um parênteses para declarar:
 
     Muitas vezes melhor que a quantidade ou o tamanho das Trutas é a condição como foram pescadas. Não falo nem do local, falo depois de um belo casteio naquele lugar onde você achou que ela estaria, depois do estudo do rio, depois de tê-las observado alimentando-se, no visual como dizemos ou até mesmo depois daquele canhestro arremesso.

  Este valeu
 
Andriolli e um tiro certo  

       No entanto, qualquer que seja a maneira será sempre uma indizível satisfação a luta com uma luzidia Truta de qualquer tamanho ou espécie. Ela usará de todos os seus esforços para livrar-se de nós. Seja soltando-se do anzol, seja arrebentando o nosso tipet.

 

       Voltamos da pescaria já com a notícia que no dia seguinte flotaríamos no Aluminé, embarcando há poucos metros metros da hosteria, junto com o Nelson e o guia André.

  Eu e Nelsão prontos para flotar
 

       A flotada é um tipo de pescaria interessante, similar à pesca de rodada que tantos conhecem. O barco é levado pela correnteza sob o controle do guia, que remando para frente, para trás ou para os lados, procura mantê-lo em posição que facilite os arremessos para os pontos de pesca até que seja encontrada uma corredeira que permita o desembarque. Nela, se quiserem os pescadores descem do barco e fazem a pesca de vadeo, casteando sem pressa aqui e ali.

 
Pertinho da pousada   Em um pouquinho de água
 

       Talvez pelo fato de ter dormido calçado com meias de lã, em menos de 10 minutos de flotada já havia pescado duas boas Trutas. O dia se anunciava promissor, como realmente o foi. Bom prenúncio para os três dias seguintes onde todos flotariam embarcando 20 quilômetros abaixo da Hosteria e eu passaria a formar dupla com o Andriolli, companheiro que certamente aumenta o prazer de qualquer pescaria.

 

A Flotada Final

 

       Parece até título de filme. Usei-o para marcar o que seria a flotada de nós todos juntos e com todos os serviços proporcionados pelo guia Alexandre. Saímos da hosteria, levando o material necessário para a pescaria, para a higiene e roupa extra para quaisquer eventualidades.

  Transporte da tralha pesada
 
A esquadra  

       O restante da bagagem seria guardado e entregue na volta. Fomos para o local de embarque ( Pilolil) onde já nos esperava a equipe agora complementada pelo Tibor e pelo Dani, responsáveis pelo apoio logístico e montagem dos acampamentos onde dormiríamos. Só faltava embarcar nos infláveis e partir para a aventura de três dias descendo cinqüenta quilômetros do Rio Aluminé, em buscas das suas Trutas.

 

       Beto Saldanha e Irineu, saíram com o André, Eu e Andriolli com o Eduardo e o Nelson com o Jorge e assim seguimos modificando vez por outra as posições face às paradas de um ou outro barco nas corredeiras.

 
Nelson, Tibor e o cabrito   Jantar no primeiro dia de acampamento
 

       O primeiro dia correu normal embora o tamanho e a quantidade das Trutas pescadas tenham ficado aquém das minhas expectativas, sem que no entanto isso empanasse o brilho desta pescaria a tanto tempo esperada. A semana passada foi muito melhor disse o Beto. Talvez tenha sido a mudança brusca da temperatura para mais ou as noites muito claras, que permitiam que as Trutas continuassem a se alimentar dos guzanos (pequenas larvas que caem das árvores) e por isso durante o dia estivessem mais arredias por não terem fome. Mas como disse, nada que empanasse o brilho da pescaria terminada com um cabrito assado preparado pelo Tibor e uma boa noite de sono, não obstante o frio que nessa primeira noite foi de rachar.

 
Marabou Muddler White   Café da manhã
 

       O café da manhã a base de bacon com ovos, aliás como recomendou meu cardiologista, Dr. Souto ( Não esqueça, em princípio, só carne branca), foi seguido de inúmeras Trutas daquelas que guardamos na memória, isto é, o tamanho não justificava parar a pescaria todas as vezes para fotografá-las.

  Repondo as energias
 

       A parada para o almoço, como das vezes anteriores regado a bom vinho e as minhas indefectíveis cocas-colas, serviu para que todos botassem as coisas em ordem e de espírito renovado saíssem em busca das Trutas com que sonhavam.
 
       Deu certo! Logo logo, enquanto arremessava para trás de uma pedra que achava ser um bom ponto, ouvia o Eduardo e o Andriolli comentarem: Tem uma grande lá! Sol na cara, não enxergava nada. E para piorar a linha clear e intermediate não me dava uma pista. Trabalhei a isca enquanto ouvia a Andriolli: Trabalha, Trabalha! E o Torpedinho entrou num momento que eu já desanimado achava que a isca já havia saído do possível ponto de ataque da Truta.

 
A bichona   Tô fora
 
A maior da minha vida  

       Seguiram-se uns 15 a 20 minutos de emoção e respeito por aquele “adversário”, que saltava e nadava de um lado para outro tentando escapar. Somente os que já passaram por situação igual é que podem imaginar o que sentíamos todos naquele momento. O Guia, incentivava recomendando calma ou sem pressa, o Andriolli gravava em vídeo e eu, a cavalo sobre a proa do inflável, mudava de um lado para outro, ora com a perna direita ora com a esquerda para fora do barco, até que a Truta foi se entregando e pôde ser retirada da água, não sem antes fugir duas vezes de quase dentro da net. Saiu da água para a nossa memória e nossos corações, poderíamos dizer.

 

       Sabem aquela história que diz, muitas vezes melhor que comer é contar que está comendo, isto é, contar ou mostrar para os amigos.
 
       Com o Andriolli, aconteceu uma assim, embora ele ache que não era para tanto.
 
       Chegávamos a uma corredeira onde já estavam o Nelson, O Beto e o Irineu, aparentemente sem pegarem nada ali até aquele momento.

  Andriolli, na corredeira é melhor
 
Andriolli com a truta  

       Normalmente quando a corredeira era mais rápida que o desejável ou estivéssemos nos preparando para desembarcar, a linha era recolhida e a isca levantada da água. Ao invés disso ele arremessou na parte mais rápida e na frente de todos sacou aquela Truta do que poderíamos chamar “fundo do colete”e nas “barbas de todos”. Imaginem saltar do barco com a carretilha “cantando” enquanto a Truta lutava ajudada pela correnteza. Gravei a imagem em vídeo, dividindo com ele o prazer da captura.

 

       Como disse em trecho anterior, para mim muitas vezes mais importante que o tamanho das Trutas, são as condições em que foram pescadas. Esta nem tanto por ter sido na frente dos amigos mas por ter sido naquele lugar que ele acreditou e o pincho certeiro foi recompensado.

 

       Continuamos descendo o rio enquanto um ou outro sacava aqui e ali Trutas maiores ou menores, sem que na verdade isso nos importasse muito.

  Prá coleção
 
O segundo acampamento  

       Eu particularmente já tinha tido emoção demais para um dia de pescaria e quase na hora de chegarmos ao segundo acampamento não esperava muito mais do que o já sabido assado de costela, seguido de uma boa noite de sono.
 
       Desembarcamos sob os gritos do Nelsão, que nos aguardava de braços abertos e ávido para falar sobre suas Trutas.

 

       Terminado o jantar, onde a costela assada só não foi mais elogiada e consumida pelo fato de todos já estarem com a barriga cheia de tira-gostos a base de lingüiças, queijo e salames, só restou o caminho da barraca, onde todos certamente ainda ansiosos tentariam dormir pensando no dia seguinte. Pelo menos comigo foi assim. Último dia! Depois de um apressado café, logo estávamos na água, pescando uma Truta aqui outra ali, mas nada que impressionasse muito. Logo estávamos juntos novamente em torno da mesa. Se fossem outros eu diria: Vão comer assim na PQP!

 
Dani preparando o jantar   Boa noite
 

       Depois continuamos descendo o rio pensando na aventura que logo acabaria e se e quando poderíamos fazê-la de novo. Uma pequena Truta veio livrar-me destes pensamentos, poderia ser a última dessa pescaria, como realmente o foi.

  Trabalhando a ninfa na linha d'água
 
Pequenã, mas brigadora  

       Ao longe já avistava os carros com os outros barcos na carreta. Éramos os últimos a chegar mas como diz o dito popular certamente os primeiros em satisfação pela aventura, pelos amigos e certamente por Deus ter nos permitido tudo isso, poderia até dizer: Chegamos sujos mas com a alma lavada.

 

Chegamos, missão cumprida!

 

       No dia seguinte, arrumadinhos eu, Andriolli e Nelson passeamos por Junín enquanto os fominhas Beto Saldanha e Irineu aproveitavam para pescar um pouquinho no Chimehuín.

 

       À Tarde seguimos para Bariloche, nos despedimos do Irineu e do Nelson e fomos, Eu, Andriolli e Beto Saldanha, comemorar o resultado desta aventura enquanto fazíamos planos para o ano que vem. Até lá!

  Até 2004!
 

Material

 

       Levei para esta aventura varas Peacemaker n° 4 e n° 6, com carretilhas Plus (ambas da Fleming) e linhas floating e intermediate tanto para uma quanto para outra. Usei a seis no primeiro dia de flotada, quando pesquei com o Nelson e a quatro nos outros dias, inclusive nos três em que flotei com o Andriolli. Na ocasião como agora ela me pareceu bem mais que o suficiente.

 

Iscas

 

       Parece que há muito tempo eu as vinha guardando para esta viagem. As que atei mais aquelas “especiais” atadas pelo Gregório, Jadir, Serginho Popper e Marchioni(100), não necessariamente nesta ordem. O Fato é que minhas caixas de moscas bem representam a qualidade do atado destes amigos e impressionaram muito bem aos que as viram, fazendo com que eu não me descuidasse delas abertas por muito tempo.

 
 
Royal Wulff  

       O Marchioni, talvez pela proximidade tenha “sofrido” mais. Não foram poucas as tardes ou as noites, que convidado a jantar lá em casa era surpreendido após a sobremesa, com o pedido de: Me ensina esta?

 
Adams Timberline Stimulator
 

       No entanto, embora tenha levado inúmeras delas, de diferentes tipos e tamanhos, a opinião quase geral entre os companheiros desta aventura e os guias que estiveram conosco é que em situações normais as Timberline (lastreadas ou não), as Prince e Pheasant Tail (com bead head) entre as ninfas e as Royal Wulff, Stimulator, Adams (Normal e parachute) e Hare’s Ear entre as secas, resolvem o problema, tudo isto sem falar nas WollyBugger oliva ou preta. Depois destas o restante é apenas o restante (quanta filosofia nesta frase), procuradas apenas quando estas não dão certo ou não estão disponíveis.

 
Pheasant Tail Hare's Ear Prince
 

       Quando perdi uma Prince e estava longe do barco para pegar outra, tirei do chapéu uma Hare’s Ear, antiga companheira das jornadas na Bocaina e em Ausentes, atada no curso do Tati. Ela não falhou, voltou molhada para o chapéu mas se pudesse falar diria: Missão Cumprida.

 

       Outra que também pegou a sua Truta, foi uma atei, talvez o correto neste caso fosse amarrei, com quatro miçanguinhas e um hackle. Teve diversos piques até ferrar uma. Perdoem-me os puristas, mas muitas vezes brincar também é necessário.
 
       Como disse, neste ítem iscas falei das minhas experiências e dos companheiros que estavam comigo. Noutras oportunidades talvez nenhuma delas desse resultado, coisas da pescaria.

  Miçanguinhas by Cravo
 

Informações Adicionais

 

       Num avanço que já está se tornando constante em terras sul americanas, seja com alegados intuitos agropecuários, religiosos ou preservação de espécies da fauna ou da flora e até como agora por motivos esportivos, o fato é que cidadãos americanos estão adquirindo imensas áreas em nosso continente. Há alguns anos Ted Turner, milionário proprietário da rede de televisão CNN, adquiriu 4500 hectares de terra, percorridos pelo Rio Traful, fabulosa região para a pesca de Salmonídeos em geral, distante apenas 60 quilômetros de Bariloche.
 
       Não bastasse isso, em 2001 a Folha Online, noticiou ter Ted Turner adquirido outra área (Fazenda Collon Cura), desta vez com 37.000 hectares em Junin de los Andes.