Texto e Fotos: Fernando Antonio Cavanha Gaia |
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Como sempre acontece nas minhas viagens de férias com a família, procuro reservar ao menos um ou dois dias para, como diz um velho amigo, “esticar uma linha no ar”, ou seja, pescar um pouquinho... De preferência, trutas com equipamento de mosca.
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As expectativas, portanto, eram bastante promissoras. Todavia, como eu já estava escaldado por experiências anteriores na Europa não exatamente bem sucedidas, cerrei fileiras com São Tomé e preferi ver para crer. E dessa vez, felizmente, não me decepcionei: o país é belíssimo, o povo hospitaleiro e, apesar do esloveno ser uma língua impenetrável, as pessoas, principalmente os mais jovens, mas também muitos dos mais velhos, falam um bom inglês, o que permite uma comunicação sem maiores problemas. E, o mais importante, a pesca é ótima! |
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OS RIOS |
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Pelas suas características, no entanto, não são rios que possibilitam as famosas “flotadas” às quais estamos acostumados aqui na nossa (que me perdoem os hermanos argentinos) Patagônia.
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OS PEIXES |
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Os autóctones estão representados pela truta marrom (Salmo trutta fario), pela impressionante truta mármore (Salmo trutta marmoratus), cuja população está restrita à bacia do Soca (não aparece no Sava) e a alguns poucos rios do nordeste da Itália, pelo peculiar grayling do Adriático (Thymallus thymallus) e pelo igualmente diferenciado huchen ou salmão do Danúbio (hucho hucho), mesma espécie que aparece nos rios da Mongólia e Rússia, lá batizada de taimen e que na Eslovênia é encontrado apenas na bacia do Sava. |
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A PESCARIA |
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Como eu não sabia o que me esperava, levei varas # 5, de 7’ e 9’. Todavia, pela característica dos rios e pela pouca incidência de vento, é possível, sem dúvida, utilizar equipamento mais leve, algo como #2 ou #3. |
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Para os apreciadores, como é o meu caso, de varas mais lentas e curtas, inclusive aquelas de bambú e de fibra de vidro, os rios eslovenos são o paraíso. Com efeito, como não há necessidade, como regra, de arremessos mais longos, uma vara para linha floating DT ou WF 2 ou 3, de ação progressiva, entre 7’ e 8’, parece-me a tralha ideal. Refiro-me, claro, à pescaria de trutas e grayling. Com o salmão do Danúbio a conversa é outra. Como são peixes que chegam a tamanho e peso consideráveis (existem relatos de exemplares com 1,40 m. e 22 kgs.), a tralha precisa ser mais parruda (varas 9’, entre # 7 e # 9, armadas com linhas sinking tip de 300 ou 400 grains, para o arremesso de streamers grandes). |
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Na minha pescaria de trutas e de graylings utilizei, portanto, varas de 7’ e 9’, com linha WF floating. Pelo fato de a água dos rios ser extraordinariamente cristalina, a pescaria é feita, em grande parte, avistando-se os peixes. O que, se por um lado é muito interessante, por outro é bastante desafiador, vez que a aproximação necessita ser muito cuidadosa e os arremessos absolutamente precisos. Além disso, há a necessidade de se utilizar líderes longos (ao redor dos 12’) e de prestar muita atenção ao “mending”, para que a mosca seja apresentada ao peixe na forma de um perfeito “dead drift”, sem o menor “dragging”. A truta mármore, por exemplo, é bastante tímida, o que significa que, a menos que tudo – aproximação, arremesso, mending e apresentação – aconteça da forma mais natural, nada de fisgada! |
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Como não nos deparamos com ação na superfície, a pescaria foi realizada tão somente com ninfas (pheasant tail, principalmente, # 14, 16 e 18, com e sem bead head) e, em algumas situações (por exemplo, captura de graylings em águas mais rápidas), com a adição de um pequeno chumbo ao líder. |
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SERVIÇO DE GUIAS |
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Para não dizer que não existe um senão, achei a licença de pesca um tanto cara – 70 euros por dia! Não fui mais fundo na informação, mas parece que um período mais prolongado de pesca reduziria essa diária para 45 euros. |
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COMO CHEGAR
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De qualquer modo, Ljubljana, a capital e principal cidade da Eslovênia, recebe vôos das maiores cidades européias e fica a 55 km. de Bled e 100 km. de Most na Soci.
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